segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Protecionismos como atrasos no Capital Humano



Uma das vantagens do comércio é o de estabelecer estímulos de diferente nível de perceção nos agentes económicos. Desde a Escola de Salamanca, que formou muito dos homens dos Descobrimentos ibéricos, que sabemos que as relações comerciais são o palco primário para a Paz bem como, também, para adivinhar a Guerra.
Um desses estímulos – por vezes, invisível – encontra-se no desafio que o comércio coloca aos produtores, em primeiro lugar, aos distribuidores, de seguida, e, finalmente, ao consumidor, por último. O produtor tem estímulo em produzir cada vez melhor, ao ver a sua produção comparada com os produtos que chegam pelo comércio. O distribuidor tem estímulo em continuar a dinamização dos mercados, facilitando o transporte do produto a partir da origem e até ao destino. O próprio consumidor – cada vez mais detalhado pelos campos do Marketing – muda gostos, perceções e até ideias a partir dos novos produtos com que contata.
Vai ser publicado na revista científica Transformations in Business and Economics o artigo assinado com a colega romena Alina Popescu intulado “How regional openness stimulates vocational training in Romania”. Nesse artigo, investigámos como a formação profissional tende a ser muito mais aderida nas províncias romenas que apresentam valores superiores de abertura comercial.
Nestas regiões, muito mais dependentes das importações e das exportações do que outros espaços, percebe-se com nitidez superior como a formação profissional e superior adequadas, atualizadas e versáteis permitem ganhos no mercado competitivo a escala europeia.
Assim, não foi de estranhar que o aumento dos graus de abertura comercial trouxe maior procura por educação, maior mobilidade de estudantes e de docentes bem como uma dinamização do setor da formação profissional. Em contrapartida, momentos de maior protecionismo, foram sempre – até ao longo da História – acompanhados de protecionismos, neo-mercantilismos e autarcização das economias e das sociedades.
A Educação – como exercício de engrandecimento da Pessoa e das Comunidades – corre sempre sérios riscos quando as xenofobias, os protecionismos e os absolutismos ideológicos imperam. Em contrapartida, os movimentos de intensificação das relações internacionais obrigam-nos a, em permanência, procurarmos saber mais, aprender o novo e valorizar o conhecido.

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